Em última instância, significou que todos os erros apontados pelos desembargadores do Tribunal de Contas dos Municípios foram apagados com tinta branca. Embora saibamos que debaixo da tinta os erros continuem, basta raspar a pintura pra ver. Em outra análise, podemos também perceber que significou uma fratura na confiança que a comunidade depositou em seus vereadores eleitos, principalmente alguns que originalmente compunham o bloco da oposição política na cidade. Dedicado fiscal popular e adversário político ferrenho do prefeito Deraldino, o comunicador e advogado ipiauense Márcio Martins já anunciou que estará protocolando esta semana uma ação no Ministério Público para que os vereadores que reprovaram os dois pareceres unânimes do TCM possam explicar com base em quais recursos tomaram suas decisões. Afinal, para que serve mesmo o TCM se quando este se pronuncia técnicamente seus pareceres podem ser rejeitados para prejuízo das contas publicas?
Câmara perdeu em independência e respeitabilidade com o episódio.
Outra consequência certa é a de que os partidos dos vereadores de oposição que votaram com o prefeito Deraldino Alves ( PP e PDT ) já estão protocolando junto aos seus respectivos diretorios estaduais a punição exemplar dos mesmos. Não de descarta a possibilidade de perda de mandato, muito embora este repórter julgue que seja uma hipótese mas difícil. O que também significou foi que o Legislativo práticamente passou um cheque em branco para a administração municipal assinar ao seu bel prazer. Ou seja: Se nenhum erro é digno de ser apontado pela maioria dos fiscais do povo então todos os erros são permitidos. Pelo menos é essa a impressão que fica após sete desembargadores do TCM assinaram um relatório comprovando uma enormidade de irregularidades e dez edis ipiauenses reagirem dizendo que essas irregularidades não existem. Quem fiscalizará o fiscal do povo? Essa novamente é a pergunta que permanece na boca da comunidade. Neste caso, só Deus. Ou, quem sabe, o Ministério Público. Celso Rommel
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